Pretoria (Da correspondente) - O Presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa, declarou o Estado Nacional de Desastre no país com efeito imediato, devido a enorme crise energética que se faz sentir há vários meses.
A este propósito, orientou a Ministra da Governança Cooperativa e Assuntos Tradicionais, Nkosazana Clarice Dlamini Zuma, a tornar público o Decreto que dá corpo a esta medida.
Por este facto, o Estadista anunciou que irá nomear muito brevemente um Ministro para a Electricidade junto da Presidência da República, para seguir de perto a implementação do Plano de Acção de Energia delineado pelo executivo, no sentido de trazer soluções imediatas a situação vigente.
Cyril Ramaphosa fez estas declarações na noite de quinta-feira feira, durante o Discurso sobre o Estado da Nação, na Câmara Municipal da Cidade do Cabo, a Sede provisória do Parlamento Sul-Africano, sito na capital da Província do Cabo Ocidental.
"Em tempo de crise, precisamos de um único ponto de comando e de uma única linha de marcha. Da mesma forma que abordamos a causa da crise, também precisamos de falar do seu impacto. Esta tem evoluído e afectado todos os extractos da sociedade", pontualizou.
"Temos que agir para diminuir o impacto da crise nos agricultores, nas pequenas empresas (muitas das quais tiveram que encerrar), nas nossas infra-estruturas de água, na rede de transportes e em várias outras áreas e instalações que afectam a vida do nosso povo".
Ao considerar todas estas questões, prosseguiu o Presidente Ramaphosa, o Centro Nacional de Gestão de Catástrofes classificou consequentemente a crise energética e o seu impacto, como uma catástrofe nacional. "Estamos portanto a declarar um estado de catástrofe nacional para responder a crise eléctrica e seus efeitos".
“O nosso principal foco neste momento é acabar com os constantes cortes de energia nos próximos meses. O país sairá desta crise; pois é necessário voltar a colocar a economia sobre carris”, acrescentou.
Aliás, "hoje a nossa economia é muito mais vasta e abrangente que antes da pandemia da Covid-19. Mesmo durante estas batalhas, a esperança tem sido o nosso denominador comum", sublinhou.
Disse que "passos importantes foram dados para melhorar o desempenho da Empresa Nacional de Electricidade - Eskom - e isso requer que o governo avance com maior urgência", antes de lembrar que circunstâncias extraordinárias exigem "medidas extraordinárias".
O mais alto mandatário, em gesto de encorajamento, recordou os duros momentos vividos durante a pandemia da Covid-19, que ceifou mais de 100 mil vidas no país.
Com a dedicação e esforço de todos, conseguiu-se ultrapassar a fase crítica e aos poucos estamos a recuperar, acrescentou.
Aproveitou o momento para elogiar os alunos finalistas da 12/a classe (Matric), que apesar das inúmeras dificuldades enfrentadas, conseguiram atingir uma taxa de aprovação escolar de 80% em todo território nacional, sendo este um facto digno de aplausos e determinante de que os "sul-africanos são resilientes e continuam a fazer história.