Joanesburgo - A África do Sul precisa de quase 100 mil milhões de dólares (1 dólar equivale a 958,038 kz ) até 2027 para financiar o Plano de Transição Energética Justa (JETP), destinado a diversificar a economia do carvão, tendo conseguido até agora cerca de metade deste valor.
"O acordo no JETP da África do Sul de 8,5 mil milhões de dólares alcançado durante a COP27, no Egipto, consistiu em financiamento público e privado, representando uma pequena parte do financiamento necessário para o país conseguir uma diversificação energética para lá do carvão", lê-se no relatório 'O Estado da Energia Africana em 2025', cita a Lusa, no site Notícias ao Minuto.
O total do financiamento necessário é de "99 mil milhões de dólares (96,1 mil milhões de euros) entre 2023 e 2027", de acordo com o documento, produzida pela Câmara de Energia Africana, uma entidade destinada a fomentar os investimentos energéticos no continente.
Cerca de 70% deste valor seria alocado ao sector energético, com o hidrogénio verde e os veículos eléctricos a receberem os restantes 22% e 8%, respectivamente.
"Os 8,5 mil milhões de dólares recebidos do Grupo Internacional de Parceiros (IPG), em conjunto com os 33 mil milhões de dólares provenientes do sector privado, e 10 mil milhões de dólares (9,7 mil milhões de euros) do sector público incluindo instituições de financiamento do desenvolvimento e bancos multilaterais de desenvolvimento, permitiu à África do Sul obter mais de metade do investimento necessário para o seu plano de transição energética, que serve de catalisador para a obtenção do valor em falta", apontam os analistas no relatório sobre o sector energético africano.
A África do Sul vai tentar atrair investidores nacionais e entidades privadas internacionais sob a forma de doações, garantias e financiamento concessional ao abrigo do JETP, que é um veículo para ajudar as economias emergentes a deixarem de ser dependentes do carvão e a lidarem com as consequências sociais da transição energética para combustíveis mais limpos.
"Garantir uma transição energética justa tem os seus próprios desafios apesar das metas ambiciosas; desde que os acordos foram assinados, o progresso na definição de programas de investimento específicos foi mais lento que o previsto, ainda para mais porque os acordos foram assinados sob a forma de compromissos políticos ainda antes de os detalhes técnicos e de coordenação terem sido definidos", dizem os analistas da Câmara de Energia Africana.
O resultado, concluem, é que "o processo de implementação enfrentou atrasos devido à morosidade das consultas públicas e das negociações que derivam da complexidade e da sensibilidade política do tema, que obriga a conciliar os diferentes interesses das partes envolvidas". AM