Pretória - O presidente da República sul-africano, Cyril Ramaphosa, nomeou esta quinta-feira uma Comissão Presidencial Coordenadora de Mudanças Climáticas, para supervisionar a transição do país para uma economia de baixo carbono, anunciou a presidência.
A comissão de 22 elementos, efectiva a partir de quinta-feira, resulta de uma resolução da Cimeira Presidencial de Emprego, realizada em 2018, em Joanesburgo, referiu a Presidência da República sul-africana em comunicado divulgado no sítio de Internet.
"O estabelecimento da comissão emana da Cimeira Presidencial do Emprego realizada em Outubro de 2018, quando os parceiros sociais concordaram no estabelecimento de um órgão estatutário para coordenar e supervisionar a transição justa para uma economia e uma sociedade com baixo teor de carbono, inclusiva e resiliente às mudanças climáticas", lê-se na nota.
A presidência sul-africana salientou que "a comissão está encarregue de aconselhar sobre a resposta da África do Sul às alterações climáticas, incluindo mitigação e adaptação às mudanças climáticas e impactos associados".
"Além disso, irá monitorar de forma independente e rever o progresso da África do Sul no cumprimento de suas metas de redução de emissões e dos objectivos de adaptação", adiantou.
A comissão integra representantes do Governo, entidades estatais, sector privado, patronato, sociedade civil, instituições académicas e liderança tradicional, sendo presidida pelo chefe de Estado sul-africano, coadjuvado no cargo pelo controverso político do partido no poder e ex-ministro do Desenvolvimento Constitucional no Governo de Nelson Mandela, Valli Moosa.
Moosa administrou a estatal eléctrica Eskom entre 2005 e 2008, quando os 'apagões' começaram a afectar a economia do país, tendo liderado a controversa adjudicação da construção do primeiro megaprojecto de energia da África do Sul, em Medupi, a um consórcio liderado pela japonesa Hitachi com investimento de uma empresa do Congresso Nacional Africano (ANC, sigla em inglês), onde também actuava como executivo do partido no poder, a quem caberia 3 mil milhões de rands (166,9 milhões de euros) no contrato, segundo a imprensa sul-africana.
A Chancellor House, que segundo uma investigação do Governo norte-americano terá também recebido no processo 1 milhão de dólares (815 mil euros) em 'luvas', foi criada em 2003 como 'veículo' de financiamento do ANC, tendo adquirido uma participação de 25% numa subsidiária local da Hitachi em 2005, responsável pela execução dos megaprojectos da Eskom, noticiou em Setembro de 2015 o semanário sul-africano Mail&Guardian.
Além de integrar a direcção de várias empresas sul-africanas, Valli Moosa foi nomeado em Abril de 2013 para a administração da Anglo American Platinum, segundo o sítio da mineradora na Internet.