Pretória - O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, considerou hoje (27) "infeliz" o aviso emitido nesta quarta-feira pela embaixada norte-americana sobre um possível ataque terrorista no fim-de-semana em Joanesburgo e garantiu que as autoridades trabalham "24 horas por dia" para conter os riscos.
Cyril Ramaphosa, que falava em Pretória acompanhado pelo Presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, em visita oficial à África do Sul, criticou a embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) por tornar público o aviso sem primeiro explicar os pormenores às autoridades sul-africanas.
Após a emissão do alerta, o contacto foi feito por iniciativa da África do Sul, segundo o chefe de Estado sul-africano, que considerou ser necessário compreender "precisamente" questões como a origem das informações que motivaram a embaixada a emitir à mensagem.
A embaixada norte-americana na África do Sul alertou nesta quarta-feira para possíveis ataques num dos subúrbios mais ricos de Joanesburgo, no próximo fim-de-semana, embora não tenha determinado o método ou o alvo.
"O Governo dos EUA recebeu informações de que os terroristas podem estar a planear realizar um ataque a grandes concentrações de pessoas num local não especificado na área de Sandton, no dia 29 de Outubro 2022", segundo o alerta emitido pela embaixada dos EUA.
A embaixada, que não forneceu mais pormenores, instou os seus trabalhadores a evitarem multidões nos próximos dias.
O líder sul-africano salientou que este tipo de aviso causa "muito pânico" entre a população, que deveria ser capaz de obter informações a partir do que o seu próprio Governo lhe diz.
Neste sentido, assinalou que as agências sul-africanas estão "muito atentas" a qualquer ameaça.
Joanesburgo não sofreu grandes ataques nas últimas décadas, embora o país esteja sob a ameaça do grupo terrorista Estado Islâmico, que alertou para possíveis ataques em retaliação ao envolvimento da África do Sul em operações anti-terrorismo no norte de Moçambique.