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África do Sul declara estado de calamidade nacional após inundações

     África              
  • Luanda • Terça, 19 Abril de 2022 | 09h59
África do Sul: Vista parcial da cidade de Pretória (Foto arquivo)
África do Sul: Vista parcial da cidade de Pretória (Foto arquivo)
Lino Guimarães-ANGOP

Joanesburgo – O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, declarou esta segunda-feira o estado de calamidade nacional após inundações catastróficas que fustigam o sudeste do país, causando mais de 440 mortos e 40 mil deslocados.

Numa comunicação ao país na noite passada, o chefe de Estado sul-africano considerou um “desastre humanitário” o ocorrido na província de KwaZulu-Natal, vizinha de Moçambique, onde pelo menos 443 pessoas perderam vida.

"Este desastre humanitário pede um esforço de assistência urgente e massivo. As vidas, a saúde e o bem-estar de milhares de pessoas ainda estão em risco. As inundações causaram um grande dano social e económico", lamentou o Presidente.

Cyril Ramaphosa explicou que, embora o governo já tivesse declarado o estado de catástrofe na semana passada em nível provincial na área afectada, a região de KwaZulu-Natal, dada a "extensão" e o "impacto" destas inundações, exige medidas adicionais.

A declaração de estado de catástrofe a nível nacional permitirá que o Estado tenha acesso a recursos públicos adicionais para aliviar os danos.

O Presidente referiu também que há pelo menos uma vítima a registar no Cabo Oriental em resultado das violentas tempestades, "onde estradas, pontes e casas foram destruídas, particularmente na área de Port Saint Johns".

Cerca de 4.000 casas foram completamente destruídas, mais de 8.300 parcialmente danificadas em KwaZulu-Natal, estimando-se em 40 mil pessoas o número de deslocados na província da costa oriental do país, adiantou.

Vidas continuam em risco

"As cheias causaram grandes danos a casas, empresas, estradas, pontes e infra-estruturas de água, electricidade, ferrovia e telecomunicações", salientou o Presidente sul-africano, acrescentando que as violentas inundações "cortaram os canais de abastecimento de combustível e alimentos ao litoral do país".

Ramaphosa, que visitou na semana passada as áreas mais afectadas em redor da cidade de Durban (atual eThkwini), salientou que porto de Durban, o mais movimentado no continente, "foi severamente afectado, estando o acesso rodoviário condicionado".

De acordo com o chefe de Estado sul-africano, a Força Área sul-africana, em articulação com uma força multidisciplinar de 10 mil operacionais do exército sul-africano, conduziu até à data mais de 247 operações de salvamento em KZN.

O Presidente Ramaphosa anunciou a disponibilização imediata de mil milhões de rands (62 milhões de euros) para assistir às vítimas das cheias, acrescentando que o Governo criou ainda uma conta bancária como parte do Fundo de Solidariedade para que "sul-africanos e doadores internacionais possam assistir os mais afectados".  

Fiscalização da ajuda humanitária

"Um dos desafios mais urgentes nas áreas afectadas é garantir o fornecimento de água potável, comida e abrigo", considerou o Presidente da República.

"Será necessário um esforço monumental para recuperar deste desastre", frisou Ramaphosa, considerando que a calamidade que sacudiu o país nos últimos dias tem "implicações para além de KwaZulu-Natal".

O chefe de Estado sul-africano anunciou também que vai solicitar ao Parlamento a fiscalização de toda a ajuda humanitária. "Não pode haver espaço para corrupção", frisou Ramaphosa.

"Esta noite somos uma nação unida no nosso pesar. Somos uma nação unida na nossa determinação de ajudar aqueles que perderam as suas casas e bens, aqueles que precisam desesperadamente de comida, água e abrigo", sublinhou.

As autoridades de KwaZulu-Natal dizem que estas inundações estão "entre as piores catástrofes que atingiram a província" nos últimos tempos e estimam que os danos, ainda não quantificados, se situem na casa dos milhões.





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