Genebra - A Cruz Vermelha internacional lançou um apelo de emergência de 8 milhões de francos suíços (7,8 milhões de euros) para ajudar a Cruz Vermelha sul-africana perante as cheias que no início do mês causaram pelo menos 448 mortos.
O objectivo, explica a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC, na sigla em inglês) num comunicado hoje (quarta-feira) divulgado, é expandir a dimensão da assistência da instituição local um momento em que as necessidades humanitárias ultrapassam ainda os recursos disponíveis.
De 8 a 13 de Abril, a província costeira oriental de KwaZulu-Natal foi afectada por chuvas torrenciais que destruíram fábricas, armazéns, lojas, fazendas, casas, pontes, hospitais e outras infra-estruturas essenciais na cidade portuária de Durban (actual eThekwini), assim como nos distritos de King Cetshwayo, iLembe, Ugu e Umgungundlovu.
O departamento de meteorologia sul-africano considerou ter sido uma das piores inundações num só dia nos últimos 60 anos, sublinha a IFRC no comunicado.
Segundo as autoridades nacionais, 123,808 pessoas foram afectadas, 448 pessoas morreram e mais de 30 mil estão desalojadas, a maioria instalada em centros colectivos de acolhimento. Há ainda várias dezenas de desaparecidos e os esforços de busca e resgate continuam.
Os danos em propriedades e infra-estruturas estão estimados em milhares de milhões de rands e milhares de pessoas ficaram sem casa e sem os seus meios de subsistência.
"As comunidades afectadas pelas inundações já estavam vulneráveis devido à recente instabilidade civil e aos impactos da pandemia de covid-19, que deixou muitos lares sem fonte de rendimento. Logo quando estavam a tentar reconstruir, outro desastre chegou", disse a responsável pela gestão de desastres da IFRC na África do Sul, Ruth van Rooyen.
Logo após o desastre, a IFRC libertou 330 mil francos suíços (322 mil euros) para ajudar a Cruz Vermelha sul-africana a responder e a fornecer assistência imediata a mais de 7.500 pessoas em mais de 1.500 lares.
Para responder às crescentes necessidades, a instituição internacional pede agora fundos que permitirão ajudar 30 mil pessoas (6.000 lares) com actividades em centros de acolhimento para permitir uma recuperação rápida das comunidades afectadas.
O principal alvo desta assistência, sublinha a instituição, serão famílias com casas muito danificadas ou que estejam economicamente vulneráveis por terem perdido as suas fontes de rendimento e por não terem mecanismos para suprir as suas necessidades essenciais.
Será também dada atenção particular a mulheres e crianças sem casa.
"Este apelo visa ajudar as comunidades a reconstruir melhor e a recuperar a esperança perdida quando viram as suas vidas levadas pelas torrentes de água", disse Ruth van Rooyen, citada no comunicado.