Joanesburgo - O continente africano é o lar de 590 milhões de pessoas sem electricidade, num total de 685 milhões a nível mundial, segundo um relatório da Câmara de Energia Africana sobre energia, cita a Lusa.
De acordo com o relatório sobre 'O Estado da Energia Africana em 2025', o "acesso à electricidade continua a ser uma meta distante, particularmente nas áreas rurais, onde a conectividade é limitada ou não existe".
A electrificação do continente africano, essencial para a industrialização e o desenvolvimento económico, "tem sido adiada pelos elevados custos de ligação à rede, baixo nível de rendimento, fracas infra-estruturas de distribuição local e por uma procura intermitente de electricidade", aponta-se no relatório.
Os custos económicos de ter uma ligação à electricidade são, eles próprios, uma dificuldade, já que os utilizadores não garantem uma utilização constante, "podendo reduzir a utilização para baixar os seus custos", o que torna o processo de electrificação pouco atraente para as grandes empresas energéticas.
Esta disparidade, salienta-se ainda no documento, "demonstra a necessidade de investimentos e do desenvolvimento de uma infra-estrutura que consiga colmatar esta diferença e melhore as condições de vida no continente".
O relatório destaca o papel estratégico de África na transição energética global, em especial nos sectores do petróleo, do gás e das energias renováveis, mas aponta a dualidade vive, já que por um lado "tem um imenso potencial para as energias renováveis", mas por outro, lida com as realidades "da geração de energia fóssil e do baixo acesso à energia". AM