Ouagadougou - A actriz norte-americana Angelina Jolie, enviada especial da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), visitou neste domingo um campo de refugiados no Burkina Faso que acolhe milhares de malianos que fugiram da violência jihadista.
Angelina chegou de helicóptero ao campo de Goudebou, acompanhada pelo chefe da diplomacia do Burkina Faso, Alpha Barry, para assinalar o Dia Mundial do Refugiado. "Celebro esse dia todos os anos há 40 anos com refugiados em diferentes países e nunca me preocupei tanto com a situação dos deslocamentos no mundo quanto hoje", declarou a actriz após visitar o acampamento, localizado a uma centena de quilómetros da fronteira com o Mali.
"A verdade é que não fazemos metade do que poderíamos e deveríamos para encontrar soluções que permitam aos refugiados voltar para casa, ou para apoiar os países que os acolhem", acrescentou, pedindo apoio a esses Estados.
O acampamento, localizado perto de Dori, já foi alvo de múltiplos ataques. Em Março de 2020, um novo ataque ao posto de segurança do local, que abrigava até nove mil refugiados, levou à fuga dos que haviam permanecido, resultando no encerramento efectivo de Goudebou.
Desde Dezembro, as autoridades do Burkina Faso e o ACNUR levam os refugiados novamente para esse acampamento, após terem reforçado o sistema de segurança com militares e patrulhas. Está prevista a construção de um quartel.
Entre Dezembro e Junho, quase 11 mil pessoas de cidades do norte de Burkina Faso regressaram a Goudebou, de acordo com o ACNUR. "Os refugiados estão angustiados, porque o contexto de segurança se deteriora dia após dia, apesar dos esforços das autoridades do Burkina Faso, dos seus parceiros e das forças de defesa e segurança na região do Sahel", declarou o representante dos refugiados de Goudebou, Wanadine ag Mohamed.
Desde 2012, 22 mil refugiados de várias nacionalidades fixaram-se no Burkina Faso, incluindo malianos que fogem da violência de grupos jihadistas no centro e norte do seu país. Mas desde 2015, Burkina Faso é alvo de ataques jihadistas, que já causaram mais de 1.400 mortes e forçaram um milhão de pessoas a fugir de casa.