Cairo - O alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, alertou hoje que o apoio financeiro aos sete países vizinhos do Sudão, que acolhem centenas de milhares de refugiados, é "desesperadamente necessário" e apelou a "doações aceleradas".
"Como posso pedir ao Egipto e aos países vizinhos que recebam refugiados sem que lhes seja prestada qualquer assistência?", questionou Grandi, numa conferência de imprensa no Cairo, após uma visita de três dias ao país, a partir do qual tem acompanhado a situação dos refugiados sudaneses, que fogem do conflito que opõem, desde 15 de Abril, o exército ao grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
O chefe do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) recordou que mais de 175.000 sudaneses chegaram ao Egipto e que este é o país que mais refugiados recebeu desde que começaram os confrontos.
Neste sentido, indicou que os países vizinhos do Sudão já "têm problemas" internos e estão a sofrer crises graves, pelo que "precisam de recursos económicos" para satisfazer as necessidades dos refugiados.
Grandi recordou que o ACNUR apelou à comunidade internacional para angariar 470 milhões de dólares (438 milhões de euros), mas apenas obteve "10 por cento do que foi pedido", o que considerou "inaceitável".
O dirigente acrescentou que o ACNUR também precisa de ajudar "aqueles que estão retidos no Sudão", onde os combates já deslocaram mais de 1,3 milhões de pessoas interna e externamente.
O alto comissário também se reuniu com o Presidente egípcio, Abdelfatah al-Sisi, com o objectivo de reforçar a cooperação em matéria de refugiados entre o Egipto e a agência da ONU.DSC