ACNUR lamenta falta de fundos e difícil acesso a locais de Cabo Delgado

     África           
  • Luanda     Segunda, 13 Fevereiro De 2023    18h32  

Maputo - O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) lamentou hoje a falta de fundos e as dificuldades de acesso a alguns locais de Cabo Delgado, norte de Moçambique, para ajudar a população vítima da insurgência armada na região.

"Eu gostaria muito de ir a várias áreas, mas, infelizmente, o acesso ainda é de certa forma limitado", referiu José Fischel de Andrade, chefe do escritório do ACNUR, em Pemba, acrescentando que Macomia ou Mocímboa da Praia, duas das principais vilas da província, são áreas onde gostaria de estar "de forma constante".

Palma é a vila mais próxima dos estaleiros de construção das fábricas de processamento de gás natural, cujas obras foram suspensas há dois anos pela TotalEnergies, depois de um ataque armado.

José Fischel de Andrade falava hoje aos jornalistas no intervalo de um encontro com o secretário de Estado da província de Cabo Delgado.

A responsável alertou ainda para o subfinanciamento das operações do ACNUR.

"Os fundos são limitados, particularmente se considerarmos todas as emergências humanitárias que há no mundo" como a Síria e, agora, a Ucrânia, referiu.

Segundo explicou, são crises que "chamam a atenção de vários países" que mobilizam fundos "que poderiam vir, por exemplo, para alguns países africanos, como Moçambique, e que vão para outros" como a Ucrânia, porque "é a crise mais recente".

O ACNUR junta-se ao Programa Alimentar Mundial (PAM) que em Janeiro também se queixou da exiguidade de fundos para justificar a suspensão de ajuda alimentar humanitária a deslocados no norte de Moçambique.

De acordo com José Fischel de Andrade, mais de 250.000 pessoas afectadas pelo conflito, na província de Cabo Delgado, beneficiaram de programas do ACNUR, de emissão de documentos de identificação, formação de jovens e mulheres.

A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde Julho de 2021 com apoio do Rwanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projectos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados de acordo com o ACNUR e cerca de 4.000 mortes segundo o projecto de registo de conflitos ACLED.



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