Pretória - O Governo sul-africano nomeou uma comissão de inquérito liderada por uma juíza reformada do Tribunal Constitucional para investigar as causas do incêndio que causou no passado sábado 77 mortos no centro de Joanesburgo.
A investigação será liderada pela juíza reformada do Tribunal Constitucional, Sisi Khampepe, de 66 anos, e integra a advogada Thulani Makhubela e a activista Vuyelwa Mabena, anunciou o governo da província de Gauteng, onde se situa Joanesburgo.
O número de mortos após o incêndio em Marshalltown aumentou para 77 após a morte de uma vítima no hospital, no passado sábado, segundo as autoridades da Saúde.
Um total de 31 feridos permanecem no hospital, adiantaram. Pelo menos 12 das vítimas do incêndio eram crianças.
Estima-se que entre as vítimas se encontram cidadãos estrangeiros do Malawi, da Tanzânia e de outros países africanos.
As autoridades sul-africanas apelaram a ajuda na identificação dos corpos das vítimas que se encontram nas morgues de Joanesburgo.
Mais de 60 dos corpos ficaram irreconhecíveis e requerem análise de ADN para confirmar a identidade, segundo as autoridades sul-africanas, que deram às famílias 30 dias para reivindicarem os corpos dos seus familiares.
O incêndio destruiu um edifício de cinco andares de propriedade da autarquia de Joanesburgo que se encontrava oficialmente abandonado pelas autoridades e ocupado ilegalmente por cerca de 200 famílias que ali construíram barracas e outras estruturas informais dentro do prédio, segundo os serviços de emergência municipal.
Além das causas do incêndio, a comissão de inquérito vai procurar também determinar "quem deve ser responsabilizado pela tragédia", disse o governador de Gauteng, Panyaza Lesufi.
O incêndio colocou em foco as políticas de habitação do Governo do Congresso Nacional Africano (NAC), no poder desde 1994, e o estado de degradação em que se encontra há anos o centro da capital económica do país.
Lesufi indicou que a comissão também irá investigar "a prevalência de edifícios sequestrados em Joanesburgo".
O comissário da polícia da província de Gauteng, Elias Mawela, disse que existem cerca de 700 edifícios abandonados que já não estão sob o controlo das autoridades no centro da cidade de Joanesburgo, o que representa um perigo para aqueles que vivem dentro desses imóveis.AM/DSC