Menongue - Seiscentos e 16 alunos com problemas auditivos e visuais estão matriculados neste ano lectivo 2022/2023 no ensino especial na província do Cuando Cubango.
Os alunos estão a frequentar as aula na iniciação e I ciclo de escolaridade.
A província do Cuando Cubango conta actualmente com nove escolas de ensino especial, sendo um centro de apoio, seis de inclusão e duas comparticipadas, asseguradas por um universo de 62 professores especializados.
Os dados foram apresentados hoje, sexta-feira, em Menongue, capital do Cuando Cubango, pelo chefe dos serviços do Complexo Escolar de Inclusão Nº 65 “Mwene Tchicomba”, Domingos André, à margem da abertura das Jornadas Nacionais da Pessoa com Surdez, a assinalar-se no próximo dia 26 do mês em curso.
Lamentou o facto de não haver recursos necessários para garantir o pleno desenvolvimento do aluno surdo, facto que levou a direcção a realizar pesquisas bibliográficas e estudo de caso em uma escola na província da Huíla, para entender como ocorre a inclusão do aluno surdo no verdadeiro sentido.
Por outro lado, sem avançar o número total de alunos já formados, até ao Iº ciclo, Domingos André informou que desde 2016, altura em que foi inaugurada a instituição, até ao momento, não tem nenhum aluno a frequentar o ensino médio ou superior por falta de infra-estruturas para esse nível de escolaridade.
Em representação do governador do Cuando Cubango, José Martins, o director do gabinete provincial do Ambiente, Gestão dos Resíduos Sólidos e Serviços Comunitários, Júlio Bravo, disse que as jornadas visam promover os direitos e a inclusão socioeducativa das pessoas com deficiência auditiva, mobilizar a sociedade, a todos os níveis, para dar voz a essa franja da sociedade.
Defendeu a necessidade da inclusão escolar desta franja da sociedade para assegurar a igualdade de acesso ao conhecimento, equipando, para tal, as salas com recursos visuais para permitir que o aluno surdo tenha informações que o ajudem a construir o seu conhecimento de forma eficiente, superando assim os entraves da surdez.
Apelou, no entanto, aos pais e encarregados de educação no sentido de prestarem uma atenção especial nos filhos, no sentido de detectar o mais breve possível quaisquer perturbações (visual ou mental) de modo a merecer cuidados especializados e assegurar o desenvolvimento sadio da criança
As jornadas, que terminam no próximo dia 30 do mês em curso, sob o lema “Atender a diversidade promovendo as diferenças de Comunicação”, são da iniciativa do Ministério da Educação, através do Instituto Nacional de Educação Especial (INEE).
Contemplam um debate radiofónico sobre Linguagem Gestual Angolana (LGA) e incluem consultas de otorrinolaringologia e visão, actividades desportivas, bem como uma palestra sobre surdez.