Luanda – O Governo angolano perspectiva produzir, a partir de 2027, um mínimo de 300 mil toneladas de arroz, para cobrir cerca 50% da necessidade de consumo total deste cereal, no país, anunciou esta terça-feira, em Luanda, o secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, João Cunha.
O dirigente, que falava durante o acto de apresentação do programa de fomento da produção agro-pecuária, lembrou que, actualmente, o país produz perto de 40 mil toneladas de arroz, prevendo-se o seu aumento no presente ano, fruto do programa de fomento agrícola.
Na fase inicial, avançou, esse plano vai abranger as províncias do Bié, Cuando Cubango, Huambo, Malange, Moxico e Uíge, sendo posteriormente as demais províncias, cujo histórico de produção de arroz justifica-se.
Ainda na fileira dos cereais, o secretário de Estado recordou também que Angola tem uma necessidade anual de 10 milhões de toneladas de milho para o consumo humano e utilizar como ração para criação de aves, suínos e gado bovino.
Face a essa necessidade, a produção actual desse cereal ainda está abaixo da demanda, com a colheita de cerca de três milhões de toneladas/ano.
Perante esse cenário, João Cunha adiantou que se prevê, a partir de 2027, produzir um mínimo de mais de quatro milhões de toneladas de milho, 14 milhões de toneladas de mandioca e mais de 556 mil toneladas de batata rena.
Na mesma senda, disse também que o programa de fomento agrícola perspectiva o cultivo de um milhão 102 mil toneladas de soja, 583 mil e 75 toneladas de feijão, 703 mil toneladas de tomate, mais de 825 mil toneladas de cebola e 761 mil toneladas de citrinos.
Cultivo de café e cacau
O secretário de Estado fez saber que, para o incentivo à produção do café, serão introduzidas mais de 300 milhões de mudas, até 2027, visando atingir a meta da ordem de 120 mil toneladas deste produto e relançar esta cultura de exportação.
Lembrou que, na década de 70, Angola era um dos três maiores produtores de café do mundo, com o cultivo de 266 mil toneladas.
Em relação ao cultivo de cacau, o dirigente disse que decorre um programa que visa o relançamento da sua produção, alargando a fronteira para outras províncias como Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, com a meta de se atingir cinco mil e 600 toneladas.
Na fileira do palmar, a previsão é produzir 7,5 milhões de mudas. Neste segmento, o país conta com 16 mil e 66 produtores envolvidos, nas províncias de Cabinda, Bengo, Benguela, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Malanje, Uíge e Zaire.
Por outro lado, referiu que já esta em curso, pelo seu segundo ano consecutivo, na Baixa de Cassange (Malanje), o programa de relançamento da produção de algodão, que conta com o envolvimento de 200 famílias, que cultivam em 200 hectares.
Esse projecto, prosseguiu, permitirá alimentar a indústria local de tecido, que absorverá 30 mil toneladas de algodão.
Adiantou que, em 2027, o programa pretende envolver 100 mil famílias, que poderão cultivar em igual número de hectares, nas províncias de Malanje (75%), Cuanza-Norte (10%), Cuanza-Sul (10%) e Benguela (5%).
Produção pecuária
Quanto ao sector pecuário, projecta-se a produção de aproximadamente 141 mil e 960 toneladas de carne de frango, até ao final de 202, o que poderá representar uma cobertura de 53,4% da necessidade interna. ASS/QCB