Menongue – A Inspecção Geral do Trabalho na província do Cuando Cubango registou, no primeiro trimestre de 2024, um total de 16 acidentes de trabalho, representando um aumento de 14, comparativamente ao igual período anterior.
Em declarações hoje, sexta-feira, à Imprensa, no final do acto de encerramento da jornada alusiva ao 28 de Abril, Dia Mundial da segurança e saúde no trabalho, Martins José Vilimba, chefe dos serviços da Inspecção Geral do Trabalho no Cuando Cubango, disse que os acidentes não provocaram sequelas graves, tendo sido resolvidos sem a necessidade da intermediação dos técnicos da IGT.
Explicou que os acidentes ocorreram maioritariamente na indústria de exploração de ferro e na fábrica de blocos para a construção civil, sendo que até ao momento não foram notificados casos de doenças profissionais.
Por outro lado, lamentou o facto de ter apenas 16 empresas que têm regularizado o seguro do trabalhador junto das empresas especializadas como a ENSA, a Nossa Seguro e a Fidelidade Seguro, quando são controladas um total de 236 empresas com três mil e 122 trabalhadores.
Ao dissertar o tema: "Efeito da temperatura e insolação no desempenho dos trabalhadores, o inspector técnico de segurança e saúde no trabalho, Wil Cambinda Bartolomeu, informou que estresse térmico é o conjunto de consequências enfrentadas pelo corpo quando não consegue dissipar o calor de forma eficiente.
Nessas situações, prosseguiu, o organismo se sobrecarrega na tentativa de manter o seu funcionamento de forma normal e equilibrada.
Assim, realçou, caso nenhuma medida seja tomada, os indivíduos podem sofrer efeitos que vão desde os mais leves, como os sintomas comuns de desidratação, manifestado pela boca seca e tontura, até os sintomas mais graves, como são os casos das insolações e mortes por problemas cardiovasculares.
"Também o desempenho físico e mental pode ser afectado pelo calor excessivo, levando ao cansaço precoce e aumentando o risco de lesões", sublinhou.
Como consequências apontou a diminuição da concentração e capacidade de fazer esforços físicos, assim como a baixa produtividade das empresas.
Explicou que quando o termómetro cruza a marca de 25 °C, a capacidade de produção de um trabalhador começa a cair de forma acelerada, além disso, as actividades que demandam esforço físico, quando realizadas sob o calor intenso, tornam os profissionais mais vulneráveis a cãibras e até mesmo lesões.
Por isso, aconselhou as empresas a priorizarem a segurança no trabalho, bem como o acompanhamento médico regular, dedicando atenção na comodidade laboral e bem-estar dos trabalhadores, munindo-os de equipamentos de protecção individual e colectivo. MSM/FF/PLB