Adis Abeba - A União Africana (UA) manifestou hoje preocupação com "a escalada das tensões entre comunidades locais" no norte da Etiópia e apelou ao "fim das hostilidades" que já obrigaram pelo menos 50 mil pessoas a deslocarem-se, segundo a ONU.
Confrontos armados recentes entre combatentes das regiões de Tigray e Amhara eclodiram na cidade de Alamata e em distritos vizinhos, áreas localizadas na zona de Raya, que é reivindicada por ambas as regiões.
Na segunda-feira, a agência humanitária da ONU (OCHA) estimou que mais de 50 mil civis foram obrigados a deslocar-se devido aos confrontos armados nesta região, há muito afectadas por este tipo de conflito.
O presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, "acompanha com profunda preocupação a escalada das tensões entre as comunidades locais" e apela a "todas as partes para que ponham fim às hostilidades", refere a UA num comunicado hoje divulgado.
A identidade exacta dos combatentes envolvidos nos recentes confrontos continua por esclarecer e a situação no terreno é impossível de verificar, uma vez que as autoridades restringiram o acesso à região.
Anexadas administrativamente a Tigray na década de 1990, as áreas de Raya (Tigray do Sul) e Wolkait (Tigray Ocidental) foram reivindicadas durante décadas pelo grupo étnico Amhara.
Segundo o acordo de paz assinado entre o governo federal e a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF) em Novembro de 2022, em Pretória, as forças Amhara deveriam retirar-se.
Moussa Faki "apela ao respeito e à aplicação" do acordo de Pretória e ao "diálogo político" para "resolver os problemas dos territórios em disputa".
Várias embaixadas na Etiópia, incluindo as da França, Grã-Bretanha, Alemanha e Estados Unidos, manifestaram a sua preocupação face a "relatos de violência nas áreas disputadas do norte da Etiópia" apelando a uma "redução da escalada" e à "protecção dos civis". DSC/AM