Cartum - Os jovens médicos no Sudão estão a aprender "esforçadamente" medicina através dos telemóveis, devido a situação que o país atravessa, segundo o jornal britânico The Telegraph.
A plataforma internacional chamada Project ECHO conecta-os com médicos especialistas em todo o mundo que dão conselhos rápidos e em tempo real sobre como tratar os pacientes.
A fonte sublinha o caso de Hadeel Abdelseid, a jovem que trabalhava num turno normal na enfermaria pediátrica em Cartum, capital do Sudão, quando a guerra eclodiu, no ano passado.
Era sábado e ela estava especialmente cansada depois de mais uma semana de turnos agitados.
Os tiros e bombas começaram por volta das 9h30 e o que se seguiu foram dois dias de combates intensos, durante os quais Hadeel não conseguiu sair do edifício.
Um colega que tentou deixar o hospital voltou pouco depois coberto de ferimentos à bala e morreu pouco depois.
Hadeel acabou por ser retirada do local e dirigiu-se para o estado de Gezira, no sul, tornando-a uma dos 11 milhões de pessoas que foram forçadas a fugir das suas casas no Sudão desde Abril de 2023.
A jovem de 27 anos médica qualificada, aprendeu em tempos de guerra a tratar ferimentos de bala, a combater infecções complexas com o mínimo de medicamentos e a criar soro intravenoso improvisado tudo através do seu smartphone.
O projecto ECHO emprega consultores especializados de todo o mundo e coloca-os em contacto com aqueles que necessitam dos seus conhecimentos. O conceito é simples, mas eficaz mover conhecimento, não pacientes.
A organização sem fins lucrativos foi fundada no Novo México em 2003, pelo médico americano Dr. Sanjeev Arora, quando uma das suas pacientes morreu de Hepatite C simplesmente porque morava muito longe para visitar regularmente a sua clínica. AM